sexta-feira, 15 de janeiro de 2010

Pausa dramática pelas vítimas do Haiti e também pelos vivos que lá estão. Sou um deles. Por não deixarem escolher: as minhas escolhas são as marginais e eles vão rir. Não quero consumir o que consomem e consumo, riem ainda mais.... pobrezinho! Aos cabeludos, às meninas de lábios vermelhos, aos tatuados, aos amantes do mesmo sexo, aos meninos de shorts curto, aos maconheiros, às meninas gordas de dentes amarelos, aos circenses que estão na rua, aos artistas plásticos que desenham no papel pequeno, aos cineastas que filmam por dez minutos, aos atores sem teatro, aos poetas e jornalistas de blog e tantos outros excluídos. E perguntem aos Haitianos o que querem gritar, e perguntem aos jovens o que querem dizer. Veja só o teu sobrinho Rosa que coisa mais feia, quer fazer graça. Me deixem escolher, por favor me deixem escolher. Tudo o que tenho até agora fiz sozinho, ó Haiti. Não o ignorem.

(J. Larios, 17)

sábado, 9 de janeiro de 2010

Eu ainda vou acreditar no ser, ainda que ele me cuspa na cara e zombe de alguma coisa que lhe provoque a morte, são assim os seres. Os seres querem saber de tudo e vão se esgotando. Acredito nos olhos puros de quando estão caindo de amor. Dá pra rir ao deparar-se com aquela topeira auto-destrutiva apaixonada, dá pra chorar de emoção. Interessante mesmo é observar todas as suas construções, as sacolas plásticas, as línguas estrangeiras, a vaidade e locomovem-se até... Querem manter-se atuais e ter tudo aquilo que não precisariam.
E depois de tantos atentados de corrompimento preservam uma beleza viva, porém não acreditam nela, em nada que seja de si mesmos. Até parece uma necessidade de sentir necessidade de, uns dependentes. Logo logo vão se acabando, ficando os que acreditaram em se cuidar e cuidar de um e de um outro também.

(F. Urão)