sexta-feira, 16 de outubro de 2009

Marcavam seis horas e alguns minutos quando aceitei o meu próprio convite. Queria parar de pensar um pouco nos impedimentos que a vida traz e que eu trago também, pensando bem eu deveria cuidar mais de tudo; agora me enjoa ver as moedas jogadas na mesinha, a xícara ainda suja de café, a mala desarumada de quem acabou de chegar e já pensa em partir, roupas, roupas, roupas em cima da cama que fica exatamente no chão. Total desordem. Vida de merda. Cansaço sem fim.
Não vou nem tocar no assunto do que vejo lá fora, tudo porque tenho preguiça. Preguiça dessas pessoas que não conheço; mas o que mais me atormenta é o voltar, voltar pra casa nunca era tão decepcionante e por isso mesmo penso em mudar, não quero mais nenhuma desordem por perto. Foi a essa hora, seis e pouco mais ou menos que enjoei de ver tudo isso e aceitei. Pronto, agora ficaria feliz e a xícara suja seria apenas uma xícara suja (e poderia sujar várias); as moedas podiam sumir (criar pernas e saltar janela à baixo); a mala ficaria quieta (apertada, fechar os dois zípers e guardá-la já que não pensava mais em ir embora). Tudo parece perfeito, um plano genial que só uma pessoa como eu poderia ter! Fechado ali no sexto andar, naquele quarto de empregada ninguém poderia imaginar que perder o controle da felicidade instantânea fosse tão prazeroso. Quer se a todo momento, a todo momento.

2 comentários:

Deia disse...

Que lindo dan!
foi vc qm escreveu?
;O

Eidglas disse...

Foi, acho que vou voltar a escrever... E o seu blog Déia? Atualizando sempre?